Uma Tarde de Palavras e Pinturas


No dia 29 de maio, passámos uma bela tarde no Sementes, antes mesmo de começarmos a pintar, sentámo-nos à volta da mesa, eu, a Inês, o Guilherme e o Tózé. Não havia pressa. Falámos de tudo, com aquela calma boa de quem partilha o tempo.

Depois vieram as tintas, os pincéis, os papéis. E, com eles, o desafio: pintar.

Confesso que não sou das melhores com o pincel na mão. Enquanto uns criavam formas com facilidade, eu olhava para o meu papel e pensava se faria sentido sequer continuar. Aquelas pequenas frustrações que nós sentimos quando o que está na cabeça não sai como queríamos. A Inês, por exemplo, fez um desenho que ficou uma verdadeira arte, daqueles que dá vontade de emoldurar. O Guilherme e o Tózé também mergulhavam na folha com uma confiança tranquila.

Foi aí que o Tózé me disse algo simples, mas que me ficou na cabeça:

“Não desistas.”

Dito com naturalidade. Mas às vezes é mesmo isso que precisamos, que alguém nos diga para continuar, mesmo quando achamos que o que estamos a fazer não vale muito.

Continuei. E, no fim, talvez o meu desenho não tenha sido o mais bonito. Mas o mais importante, foi feito sem desistir.

A verdade é que, mais do que pintar, aquele momento foi sobre outra coisa: sobre estarmos juntos, sobre escutarmos uns aos outros, sobre dar espaço para tentar, mesmo que imperfeito. Porque é disso que o Sementes é feito: de partilhas pequenas que, com o tempo, crescem.

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